Pequeno-almoço
01/11/2024
Estratégia de desenvolvimento de Loures “não se faz sem parcerias com privados”
Para o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, «o investimento privado é determinante para a criação de riqueza, e influencia todas as outras áreas» e o crescimento do concelho depende disso. O município está apostado na agilização dos pro
Estratégia de desenvolvimento de Loures “não se faz sem parcerias com privados”

Assumindo-se como um concelho «apetecível do ponto de vista do investimento», Loures quer recuperar a sua competitividade, e apela aos privados que se juntem neste esforço: «temos uma visão muito clara de desenvolvimento para o território, que não se faz sem parcerias com privados. O município não consegue fazer sozinho, e o investimento privado tem de fazer parte desse processo».

Quem o diz é Ricardo Leão, presidente da Câmara Municipal de Loures, convidado da “45th Executive Breakfast Session APPII”, que se realizou a 11 de outubro no espaço da Smeg, em Lisboa. Uma sessão dedicada aos desafios e oportunidades de investimento deste município.

Ricardo Leão recorda que «há alguns anos, o concelho abriu-se mais ao exterior, mas entretanto perdeu competitividade que urge recuperar», e a boa relação com os privados e os investidores faz parte dessa estratégia. «Quisemos olhar de forma diferente para o privado. E hoje a nossa marca é “Loures no Centro”, das políticas de habitação, de mobilidade, de acessibilidade, da captação de investimento. Porque o investimento privado é determinante para a criação de riqueza, e influencia todas as outras áreas».

Neste momento, segundo Ricardo Leão, «temos um pacote de investimento (atividade económica e imobiliária) de extrema importância, que inclui mais de 10.000 fogos a construir a 3 ou 4 anos». Por exemplo, a Lidl vai instalar o seu maior centro de distribuição no concelho, e a DHL vai instalar a sua sede, «isso é muito importante para nós».

“O maior desafio é construir para a classe média”

Uma das prioridades da Câmara Municipal de Loures é a criação de mais habitação. Através do programa 1º Direito, vão surgir 1.100 novos fogos, e também será construída mais habitação social, mas «o maior desafio é construir para a classe média, e é aí que precisamos dos privados. É com esses terrenos que temos de trabalhar, e criar condições para aumentar a oferta de habitação a custos controlados». E a autarquia tem alguns terrenos disponíveis.

Um dos caminhos para facilitar a criação de mais habitação passa pela alteração do Plano Diretor Municipal, «para percebermos que tipo de crescimento e de habitação queremos para o nosso concelho. Porque se queremos captar empresas de certas áreas, os empregos também exigem outro tipo de oferta de habitação, e tem de estar tudo ligado».

Acredita que «é em conjunto com quem já investe e está no terreno que temos de definir para onde é o caminho – convosco, temos de nos sentar de forma organizada e ouvir-vos». O momento de revisão do PDM «é o momento para fazermos isso».

O autarca está convicto de que se fossem reclassificados os terrenos da zona Norte do concelho de Loures «conseguiríamos resolver muitos problemas da habitação acessível». Isto porque «há territórios classificados como rurais onde não há agricultura há décadas, por isso estamos a desenvolver um plano de mobilidade para que essas zonas se possam desenvolver». Nomeadamente, uma nova variante a Loures Nascente. «Temos de preparar as cidades para crescerem».

Referindo-se ao programa “Mais Habitação”, Ricardo Leão afirmou que «não é com políticas de aumento do IVA da reabilitação urbana ou sem revisitar a lei de ocupação dos solos que vamos conseguir mais habitação». Critica também que «o PRR não está bem direcionado, na minha opinião, e corremos o risco de não o conseguir usar e de ter de devolver dinheiro».

Agilização dos processos é fundamental

O autarca destaca a necessidade de agilização dos processos de licenciamento, muito reclamada pelo setor imobiliário. Garante que «estamos a tentar criar condições para agilizar processos, porque sabemos que tempo é dinheiro, e o tempo entre a entrada do processo na câmara até à resposta formal tem de ser o mais breve possível». Por isso, o município está a gerir os processos de outra forma e através de novos departamentos, um deles dedicado a projetos imobiliários e de investimento de média/grande dimensão, outro a pequenos projetos. «Considero que já estamos num bom ritmo de emissão de alvarás», partilha.