A habitação é assumida por Carlos Moedas como prioridade da capital para os próximos tempos. Para o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e candidato às próximas eleições autárquicas, “uma cidade que cuida tem de ter habitação, esse é o maior desafio que nós temos, e só se resolve quando acabarmos com a ideologia. Não se resolve com uma oposição que bloqueia, que diz que os privados não podem construir”.
Esta “cidade que cuida”, entregou esta semana “a chave número 2.806” de habitação municipal. Carlos Moedas recorda que “quando cheguei, estavam em construção 256 casas. Nós agarrámos esses projetos, mas fizemos mais, com as quase 2.000 casas vazias que tínhamos disponíveis. Cerca de 1.800 foram desemparedadas, remodeladas, e entregues a famílias. Hoje temos também mais de 1.200 famílias com apoio direto à renda, e isto é importante para a cidade”.
Os maiores planos de Carlos Moedas para Lisboa a longo prazo são, precisamente, na área da habitação, “porque esse é o maior anseio”. Deu o exemplo dos avanços nos projetos do Vale de Santo António ou do Vale de Chelas, com 48 e 194 hectares, respetivamente. “É uma maravilha que temos aqui no meio da cidade”. E deixou o apelo à sala de profissionais do setor imobiliário: “vocês têm de construir connosco, em parceria, peço a vossa ajuda para isso".
Para o candidato, são necessários mais projetos de parceria com os privados. Carlos Moedas recorda que “o Executivo anterior criou modelos que não interessaram aos promotores imobiliários. Porque um privado até pode aceitar ganhar menos, mas não pode perder dinheiro, e alguns partidos fizeram de tudo para que os privados não entrassem na solução deste problema. Mas eu tenho esperança de que consigamos fazer estas parcerias para renda acessível”.
Fixar população nos bairros históricos da cidade também é uma prioridade, e a autarquia já identificou 700 fogos municipais nestes bairros, 100 dos quais já em reabilitação. Ainda, o edil refere que, nos últimos 4 anos, reduziu-se em 20% o número de pessoas em situação de sem-abrigo na cidade.

Sobre o urbanismo, destacou o trabalho feito pela equipa da vereadora Joana Almeida, nomeadamente de reorganização interna. “Criámos a figura do gestor de projeto, mas também o parecer único, as reuniões de concertação, os projetos pequenos são agora tratados em separado em apenas seis meses. Limpámos e dividimos o problema”. Reconhece que “claro que ainda há problemas nos projetos maiores, nomeadamente os que dependem de pareceres de entidades externas. Mas pelo menos nos pareceres internos evoluímos muito”.
O autarca recorda também os investimentos na saúde dos últimos anos. “construímos centros de saúde, creches e escolas. E o Estado não nos paga por isso. Além disso, temos 15.000 pessoas com mais de 65 anos com acesso a médico 24 horas por dia”.
A inovação é um dos bastiões de Carlos Moedas para esta “cidade que sonha”, e congratula-se com o trabalho dos últimos anos, nomeadamente na Fábrica de Unicórnios. Não duvida que “inovação é criação de emprego”. É este o caminho que propõe continuar a seguir.
Carlos Moedas enumerou ainda várias preocupações com as áreas da mobilidade, da descentralização da cultura, ou das infraestruturas. Recorda que a autarquia investiu 1.200 milhões de euros em Lisboa nos últimos 4 anos, mais 466 milhões de euros que no mandato anterior. “Mesmo em condições difíceis, conseguimos fazê-lo. Sinto-me, honestamente, a meio do caminho”. Por isso, apela, não deixem que este trabalho pare. Este é um projeto incrível para a cidade, e eu tenho uma grande equipa para isso. Temos sonho e visão para a cidade”, conclui.
Quinta-feira, Alexandra Leitão, candidata à CML pelo PS, será a oradora convidada de mais um Almoço-Conferência, e vai também apresentar as suas propostas para a cidade de Lisboa. O evento acontece também no Hotel Pestana Palace.