Habitação
30/09/2020
“Grande questão da renda acessível é a confiança”
«A grande questão da renda acessível é a confiança, é esse o grande problema com o qual nos deparamos hoje», afirma Ricardo Valente. Os primeiros fogos do programa municipal Porto com Sentido já estão a caminho do mercado.
“Grande questão da renda acessível é a confiança”

O vereador dos pelouros da Economia, Turismo e Comércio e Gestão de Fundos Comunitários da Câmara Municipal do Porto falava em entrevista à Vida Imobiliária, avançando que «vamos colocar os primeiros 10 apartamentos no mercado de renda acessível ainda este mês, para dar um sinal ao mercado».

O programa Porto com Sentido é uma das mais recentes apostas da autarquia no que toca o mercado do arrendamento acessível, lançado em tempo de pandemia para, por um lado, «resolver o problema da habitação acessível na cidade» e, por outro, «para dar uma válvula a quem fez investimentos no turismo na cidade do Porto», numa altura em que a quebra do mercado turístico é muito acentuada. A autarquia propõe-se a arrendar imóveis a privados, nomeadamente fogos que estavam no mercado do alojamento loca, agora sem atividade, e a subarrendá-los com rendas acessíveis.

«A segurança jurídica é fundamental para que o mercado da habitação acessível possa crescer», acredita Ricardo Valente. «É algo que o país tem de pensar, nomeadamente na garantia do ponto de vista da segurança no negócio, fundamental para que o preço desça. O prémio de risco não pode ser elevado, temos de geri-lo, tornar este negócio seguro, dar a segurança jurídica para que quem tem imóveis tenha conforto para aceitar este negócio», considera.

Efeito da pandemia no turismo é “gigante”

Ricardo Valente não esconde que «o efeito da pandemia no turismo está a ser gigante». Explica que, segundo a informação disponibilizada pelos postos de turismo da autarquia, «temos quebras de 85% em agosto, em termos homólogos, o que significa que esta é uma crise muitíssimo forte». No entanto, «agosto já foi um mês interessante a nível de ocupação turística, alguns hotéis já ultrapassaram os 70%, mas continuamos a ter muitos hotéis fechados».  

A crise no turismo «é o que mais nos preocupa, do ponto de vista das unidades hoteleiras, mas também o efeito no pequeno comércio, restauração, animação turística. Preocupa-nos que haja a destruição da capacidade instalada, o que para nós é fundamental evitar. O pior que podia acontecer era, depois da pandemia, as pessoas encontrarem uma cidade menos atrativa», afirma o autarca.

Veja ou reveja a entrevista competa aqui.