Entre janeiro e novembro deste ano, os mercados de Lisboa e do Porto somaram, entre si, 259.100 m² de escritórios ocupados, um volume que apresenta um crescimento de 87% face aos 138.100 m² tomados no agregado das duas regiões em igual período de 2023. Os dados são apurados pela JLL no âmbito do seu research mensal Office Flashpoint.
Lisboa concentra 74% da ocupação total
Lisboa concentra 74% da ocupação total, com um take-up que ascende a 193.200 m². A região, onde se concretizaram 155 operações de janeiro a novembro, registou o maior crescimento, com a atividade a expandir 117% face ao período homólogo. Este comportamento reflete o impacto da realização de operações de grande dimensão, dado que a área média contratada no período decorrido de 2024 se fixou em 1.246 m² , ou seja, + 89% do que a média transacionada por operação em 2023.
No acumulado do ano, o Parque das Nações, com 36% do take-up, foi a zona mais dinâmica em Lisboa, evidenciando-se, do lado da procura, as empresas de Serviços Financeiros, responsáveis por 28% da ocupação.
No Porto, a ocupação de escritórios até novembro totalizou 65.900 m², o equivalente a 26% do agregado dos dois mercados. O índice de crescimento é menor que o de Lisboa, dado que a atividade acelerou 33% em termos anuais. A área média por transação foi de 998 m², +23% do que o indicador de 2023, contabilizando-se 66 operações durante os onze meses decorridos do ano.
A zona mais procurada do Porto foi o CBD Boavista, com 35% da ocupação anual, enquanto as empresas de TMT’s & Utilities (35%) e as de Consultores & Advogados (31%) se destacaram entre os setores de procura.
Sofia Tavares, Head of Markets Advisory da JLL, comenta que «apesar de 2023 ser um ponto a partir do qual naturalmente o mercado iria crescer dada a contração da absorção, o ano 2024 surpreendeu pela positiva. O mercado de Lisboa duplicou a atividade, impulsionado pela procura de grandes áreas e pelas operações de pré-arrendamento, e o Porto, apesar de não ter perdido tanto ritmo em 2023, este ano acumula um crescimento superior a 30%, numa atividade que é já a mais elevada dos últimos 5 anos. Relativamente às rendas, era expectável um aumento durante 2024, o que de facto aconteceu, e será um bom indicador para o próximo ano».
Quanto a 2025, Sofia Tavares, considera que «o mercado manterá níveis elevados de atividade. Há, finalmente, uma estabilização dos modelos de trabalho, o que permite definir agora as estratégias de ocupação de espaço, sendo que, para muitas empresas, isso passa por uma maior presença dos colaboradores no escritório. Além disso, a melhoria das condições macroeconómicas também aumenta os níveis de confiança e isso vai ter impacto na dinâmica da procura».
Em termos mensais, novembro soma 8.850 m² de ocupação em Lisboa e 3.700 m² no Porto, ambos com ligeiras quebras (da ordem dos -10%) face ao mês homólogo. De assinalar que todas as operações em qualquer dos mercados foram de ocupação imediata e que a maior transação em ambos envolveu uma área superior a 3.000 m² em edifícios novos.
Assim como no cômputo do ano, o Parque das Nações foi a zona mais ativa de Lisboa em novembro (38% do total mensal), ao passo que entre as empresas dominaram as TMT’s & Utilities (60%). No Porto, a ZEP foi a localização mais ativa no mês (83% da absorção) e os Consultores e Advogados as empresas mais dinâmicas (91%).