Investimento
02/12/2021
APPII “vê com agrado” período de transição de um ano para nova lei dos Vistos Gold
A associação congratula-se também com o facto de a nova lei não vedar o investimento em imobiliário comercial , mas mantém que «não era o momento para se limitar uma lei de captação de investimento».
APPII “vê com agrado” período de transição de um ano para nova lei dos Vistos Gold

Já foi publicada em Diário da República a nova lei do regime de concessão de Autorização de Residência para Investimento, ou Vistos Gold, que entra em vigor em janeiro de 2022, e que impede o investimento em imobiliário (habitação) nas regiões do Litoral do país.

A Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários já reagiu ao novo diploma, mantendo a sua opinião de que «este não era o momento para se limitar uma lei de captação de investimento estrangeiro como esta. No decorrer da pandemia, a captação de investimento estrangeiro continua a ser essencial», defende o Vice-Presidente Executivo, Hugo Santos Ferreira em declarações à VI.

O responsável congratula-se com o facto de o Governo ter «concedido cerca de um ano de período de transição para procurar readequar alguns dos investimentos». E entende que está salvaguardado o investimento em imobiliário comercial, mesmo nas regiões do Litoral (incluindo Lisboa e Porto), como o investimento em edifícios de escritórios, retalho, lojas, logística ou turismo.

Mas levanta a questão sobre os ativos de alojamento local ou serviced apartments, que têm também uma atividade comercial. Pede, por isso, que entretanto se clarifique se continua a ser possível o investimento neste tipo de imóveis em todas as regiões do país.

Identifica também como positivo o facto de os investimentos feitos em fundos de capital de risco se manterem sem alterações, «nomeadamente para aquisição de ativos imobiliários. Entendemos que continuam a ser elegíveis em todas as regiões do país, e isso é muito importante. Esta vinha sendo uma atividade muito atrativa para investidores asiáticos, nomeadamente de Hong Kong, que Portugal quer, absolutamente, atrair e captar».

Considera ainda que «importa agora conhecer as zonas do interior elegíveis», afirma Hugo Santos Ferreira, que lembra que «Alentejo Litoral e Algarve, por exemplo, têm concelhos e freguesias designados como Interior, importa agora conhecê-los bem».

Por outro lado, «deixamos uma mensagem de esperança. Acreditamos que o Governo terá bom senso. Durante os próximos meses/anos, teremos ainda dificuldades devido à pandemia, à recessão e posterior recuperação económica. O Governo irá naturalmente rever e flexibilizar estas restrições no médio/longo prazo. Se hoje a captação de investimento estrangeiro faz todo o sentido, estamos convencidos de que continuará a fazer nos próximos anos», conclui.