Habitação
09/27/2021
Porto com Sentido aposta no mercado Built to Rent
Os concursos que serão lançados em breve vão permitir a celebração de contratos promessa de arrendamento, até um total de 200 imóveis em Áreas de Reabilitação Urbana da Cidade.
Porto com Sentido aposta no mercado Built to Rent

O programa municipal Porto com Sentido apresenta uma nova vertente de investimento no segmento Built to Rent, ou construção para arrendamento.

A novidade foi dada por Raquel Maia, Administradora Executiva da Porto Vivo SRU e José Sequeira, coordenador do programa Porto com Sentido, convidados da 36ª Executive Breakfast Session da APPII, que decorreu esta segunda-feira em Lisboa.

Os responsáveis participaram neste encontro com o setor imobiliário para apresentar o programa aos promotores e investidores, realçando as suas vantagens para os proprietários. Raquel Maia destacou que este modelo «pretende incentivar os investidores privados» a criar mais habitação a preços acessíveis e ser um «programa de apoio à promoção privada» deste tipo de habitação. Segundo a responsável, este programa acrescenta a isenção de IMI além dos benefícios fiscais do Programa de Arrendamento Acessível. E uma das principais vantagens é que «elimina o risco de incumprimento ou de degradação dos imóveis. A Câmara do Porto assume os riscos associados ao arrendamento».

José Sequeira adiantou que o objetivo da Porto Vivo SRU é conseguir ter 500 imóveis angariados para este programa até ao final do ano. Mas quer ir mais longe, e por isso vai lançar a nova vertende Built to Rent: «percebemos que alguns investidores preferem criar um produto de raiz, por oposição a entregar os seus imóveis já prontos».

Em breve, a Porto Vivo SRU deverá lançar os concursos para estes projetos que, sendo construção nova ou reabilitação, se deverão situar em várias Áreas de Reabilitação Urbana da cidade, com possibilidade de celebração de contratos promessa de arrendamento. Numa primeira fase piloto do projeto, os concursos serão lançados para 200 imóveis, com 50 alojamentos por candidatura e por candidato, «para que possamos ter diversidade de investidores», explica José Sequeira.

Os valores de renda serão calculados seguindo o modelo do Programa de Arrendamento Acessível.

Após a emissão do alvará de construção, as obras do imóvel prometido a arrendar têm início nos 6 meses subsequentes. Os imóveis devem ser entregues até 3 anos após a celebração do contrato promessa de arrendamento.

Na seleção das candidaturas, a Porto Vivo SRU terá em conta o valor de renda proposto por metro quadrado, a relevância da intervenção para a execução das políticas de reabilitação urbana do Porto, ou o prazo de execução previsto para a intervenção após licenciamento.

A Porto Vivo SRU já está inclusivamente em conversações com a banca no sentido de disponibilizar financiamento para este tipo de projetos, nomeadamente em conjugação com o IFRRU.

Porto com Sentido “tem viabilidade do ponto de vista financeiro”
Ricardo Guimarães, diretor da Ci, participou também neste encontro via Zoom para partilhar com o mercado alguns cálculos comparativos entre o arrendamento no mercado livre e o arrendamento via Porto com Sentido. Explicou que «fora algumas zonas mais valorizadas ou com tipologias mais pequenas, há segmentos com ganhos muito relevantes» se incluídos neste programa. E mesmo as perdas de rendimento nessas zonas, comparativamente ao mercado livre, rondam os 5%, segundo as contas da Confidencial Imobiliário. «As diferenças vão sendo atenuadas quanto maior a tipologia dos imóveis», explica.

E conclui que «confrontando dados de mercado com os parâmetros do programa, há viabilidade do ponto de vista financeiro do Programa Porto com Sentido. Atinge as rendas de mercado em muitos casos, e dá um prémio interessante».