Habitação
21/08/2023
APPII considera veto ao “Mais Habitação” oportunidade para melhorar
O veto de Marcelo Rebelo de Sousa não surpreende a associação dos promotores e investidores imobiliários, que considera que o programa do Governo não resolve os problemas da habitação no país.
APPII considera veto ao “Mais Habitação” oportunidade para melhorar

Na sequência do veto do Presidente da República ao programa “Mais Habitação”, esta segunda-feira anunciado, a APPII já reagiu, considerando que esta é a «derradeira oportunidade para criar um pacote de medidas que vá ao encontro das verdadeiras necessidades dos portugueses para introduzir mais casas no mercado».

A devolução do diploma ao Parlamento não surpreende a associação dos promotores e investidores imobiliários, que considera que «este conjunto de medidas, na sua generalidade, não oferece uma resposta efetiva à necessidade de criar mais habitação para os portugueses, nem para o mercado da venda, nem para o mercado do arrendamento». A associação considera que as alterações entretanto feitas à proposta inicial são positivas mas, ainda assim, a maior parte das medidas «são prejudiciais à habitação», como as limitações ao alojamento local, o fim dos Vistos Gold ou as limitações aos novos contratos de arrendamento.

Hugo Santos Ferreira, Presidente da APPII, considera que o veto «é um sinal claro do Presidente da República ao Governo que assume assim a sua discordância com as medidas que constam neste pacote legislativo por considerar, como expressa o comunicado da Presidência da República, que estas medidas não vão responder atempadamente à atual crise habitacional».

«A APPII espera que o Governo tire daqui as devidas ilações e faça o que é preciso para criar mais habitação para os portugueses, seja através do estado, do setor privado ou das cooperativas de habitação. É preciso criar mais habitação para todos os portugueses (…). No fundo o que é preciso é criar rapidamente mais oferta em todos os escalões e dar também confiança aos 350.000 proprietários, que não confiando no mercado do arrendamento preferem ter milhares de casas abonadonas e vazias a dar-lhes algum rendimento», continua.

A associação vem defendendo como «caminhos para resolver esta emergência nacional» o aumento de oferta no mercado «em todos os escalões e localizações» assim como a criação da «necessária confiança aos proprietários, que veem no arrendamento uma atividade de alto risco».

E destaca que «o “Mais Habitação” não resolve de forma estrutural o problema da excessiva carga fiscal à habitação, um dos maiores entraves para a colocação de mais casas no mercado», considerando que «só a reversão deste brutal aumento da carga fiscal que este Pacote acarreta, o arrepiar caminho de um novo congelamento de rendas e a criação de medidas concretas que aumentem a oferta de casas em Portugal vai contribuir para reduzir o preço das casas e tornar mais fácil às famílias ter acesso a uma casa própria».

No seu comunicado de imprensa, a APPII «reitera a sua disponibilidade para continuar a trabalhar com o governo para criar medidas que coloquem mais casas ao mercado».