Pequeno-almoço
06/03/2024
Oeiras Valley quer captar 400 milhões até 2026
Há oportunidades de desenvolvimento imobiliário no concelho de Oeiras que prometem consolidar este território, com mais habitação e mais empresas. E a Oeiras Valley Investment Agency (OVIA) quer ajudar os promotores imobiliários a desenvolver estes projet
Oeiras Valley quer captar 400 milhões até 2026

É ambição do Oeiras Valley atrair um investimento total de 400 milhões de euros até 2026, para a dinamização económica, educação, ambiente, habitação, mobilidade e inteligência territorial do concelho. «Queremos criar um ecossistema de inovação, ciência e tecnologia».

As palavras são de António Martins da Cruz, embaixador e presidente do Conselho de Administração da Oeiras Valley Investment Agency, orador convidado da 51st Executive Breakfast Session da APPII, que se realizou esta terça-feira em Lisboa, focada no investimento neste território.

O responsável partilhou que a Oeiras Valley Investment Agency foi criada «com o objetivo de captar investimento estrangeiro e nacional para Oeiras, bem como internacionalizar as empresas do concelho. Somos uma via rápida, tentamos simplificar o percurso burocrático de quem quer investir em Oeiras».

Refere que já foram feitas «várias missões no exterior, tivemos reuniões com vários fundos de investimento, e conseguimos um investimento de 140 milhões de euros em data centres». Até 2026, o objetivo é atrair para o Oeiras Valley «um investimento de 400 milhões de euros» nas áreas mencionadas. Por exemplo, já decorrem negociações «para trazer a Apple para Oeiras».

Para já, o concelho tem 26.100 empresas instaladas, 580 por cada quilómetro quadrado. E, excluindo as empresas financeiras, a faturação das empresas de Oeiras representa 12,5% do PIB nacional, um peso idêntico ao que o turismo tinha no pré-pandemia.

António Martins da Cruz recorda que, ao nível do ordenamento do território, «Oeiras tem problemas de espaço. 43% do território é reserva agrícola e ecológica nacional, e não permite construção. Não temos espaço para industrial ou logística, daí a nossa aposta na ciência e inovação. Mas temos muita falta de habitação», para vários segmentos.

“Não é possível construir cidade sem um forte investimento de iniciativa privada”

Luís Serpa, arquiteto e assessor da direção da OVIA, apresentou aos associados da APPII presentes neste encontro algumas destas oportunidades de desenvolvimento urbano no concelho de Oeiras, chamando à atenção de que «não é possível construir cidade sem um forte investimento de iniciativa privada». Por isso, «queremos evitar que os tempos burocráticos sejam exagerados, dando informação concreta e rigorosa a quem quer investir, para que possam melhor fazer o cálculo do risco».

Porque falta ainda habitação para responder à atual procura, nomeadamente mais perto das empresas, a agência tem vindo a levar a cabo um trabalho para garantir que há solo urbano disponível, e que este permanece assim classificado, «para podermos construir mais».

Há oportunidades para construir mais habitação e escritórios em zonas como Paço de Arcos Norte, um Plano de Pormenor que prevê a construção de mais de 260.000 metros quadrados, que não está ainda concluído e que «pode ser ajustado em termos de conceito, para que possa ser efetivamente desenvolvido dentro do prazo estabelecido».

A zona de Paço de Arcos tem outro Plano de Pormenor com 159.000 metros quadrados previstos de potencial construtivo. Porto Salvo é outro exemplo, com 636.000 metros quadrados previstos no Plano de Pormenor, assim como Caxias, Antas Sul ou o próprio Tagus Park, a antiga área industrial da Outurela e Carnaxide, que têm território para regenerar. Por exemplo, Cacilhas Norte tem terrenos disponíveis para construção que permanecem classificados como urbanos, o que foi garantido com assinatura pelos atuais proprietários de um contrato de urbanização, explica Luís Serpa.

Estes são apenas alguns dos exemplos. Luís Serpa resume que «o maior potencial está em Paço de Arcos Norte e na Zona Empresarial de Paço de Arcos. Já está pensado um mix para habitação e instalação de empresas». Completa que «todos estes projetos podem ainda ser repensados, sempre na ótica do uso misto, tendo em conta não só habitação acessível, como também mercado livre. Há estudos feitos e as soluções pensadas são viáveis, apesar de poderem ser ajustadas dentro do que o PDM prevê. A agência pode apoiar colocando os investidores em contacto com instrumentos que não estão ainda completamente no domínio público. De outra forma, os prazos podem alargar-se demasiado».

Hugo Santos Ferreira, presidente da APPII, finalizou notando que «esta agência de investimento deveria ser um exemplo para outras por todo o país. Sentimos que podemos contar convosco».